Bem-vindo a Svalbard, o verdadeiro Ártico e o lar de 3 mil ursos polares!
(Svalbard demarcado com o círculo vermelho, próximo ao Polo Norte. Os demais locais foram demarcados para fins de comparação da distância de Svalbard de todo o resto do mundo.)
Svalbard é um arquipélago norueguês no Oceano Glacial Ártico. Localizado no topo do mundo, ele contêm incontáveis regiões selvagens e intocadas do Ártico. Svalbard se consiste em todas as ilhas, ilhotas e rochedos entre as latitudes 74º a 81º graus norte e entre 10º e 35º graus leste em longitude. A maior ilha é Spitsbergen, enquanto sua maior montanha é a Newtontoppen (1.713 metros acima do nível do mar).
Uma visita ao arquipélago do Alto Ártico – aproximadamente a meio caminho entre a Noruega continental e o Polo Norte – é cheia de contrastes e experiências incríveis baseadas na natureza. O silêncio do Ártico cria uma atmosfera única, e você sentirá uma paz e tranquilidade que basicamente não existe em nenhum outro lugar do planeta. Aqui em cima, a 78º norte, você logo se tornará parte da mais bela aventura ártica imaginável. Montanhas majestosas, gelo marítimo azul, geleiras que quase nunca terminam e uma rica vida animal dominam a paisagem, que muda de aparência durante suas três principais estações: da colorida tundra do verão Polar, passando pelo espetacular show de luzes do inverno da aurora boreal aos fiordes congelados e a paisagem de neve infinita do inverno com sol.
A somente 1.300 km do Polo Norte, você poderá visitar a comunidade urbana mais ao norte do mundo, Longyearbyen. A maior parte dos moradores dessa pequena metrópole do Ártico são noruegueses, mas há moradores também de aproximadamente 50 outros países. No total, em torno de 2.100 pessoas chamam este local de “casa”, e eles possuem um forte sentimento de união e companheirismo. Mesmo no meio da cidade, você estará tão próximo da linda natureza que irá tirar seu fôlego.
Apesar de Svalbard pertencer ao Reino da Noruega, dois vilarejos no arquipélago são povoados principalmente por russos e ucranianos. Aproximadamente 450 pessoas vivem na comunidade mineira moderna de Barentsburg, enquanto menos de 10 pessoas vivem na cidade-fantasma soviética de Pyramiden. Um passeio de barco ou snowmobile saindo de Longyearbyen te leva em uma excursão histórica e cultural à “Pequena Rússia”, onde o russo é falado, comida russa é servida e a arquitetura da época soviética fascina até mesmo aqueles que já viajaram o mundo todo.
Além de Longyearbyen, Barentsburg e Pyramiden, existem outros dois locais habitados em Svalbard. [link: ny-alesund]Ny-Ålesund[/link], que está situado no lado sul do fiorde Kongsfjord, serve como base internacional para pesquisa do Ártico e monitoramento ambiental, enquanto Hornsund, no sudoeste de Spitsbergen, abriga uma pequena estação de pesquisa polonesa.
(Pessoa com rifle na cidade-fantasma soviética de Pyramiden.)
Há mais ursos polares em Svalbard do que pessoas. Os moradores sempre tomam precauções quando saem dos vilarejos, carregando uma arma de fogo como proteção contra os ursos polares. Esse é um dos poucos lugares do mundo onde não é incomum ver mães empurrando um carrinho de bebê enquanto carregam um rifle nas costas. Todos que vivem em Svalbard precisam mostrar respeito pela natureza majestosa da qual escolheram fazer parte, e todos sabem muito bem que são apenas convidados no reino do urso polar.
Os residentes de Svalbard foram para lá por vários motivos. Alguns são aventureiros em busca de uma nova aventura ártica, alguns são pesquisadores que vieram para estudar a geologia fascinante, entre outros tópicos, e outros são famílias normais que gostam de viver uma vida normal em um lugar que é tudo, menos normal. Mas todos possuem algo em comum: a paixão e o amor por Svalbard. Uma vez que você chega, é difícil de ir embora e Svalbard fica no seu coração para sempre. Uma vez “svalbardês”, para sempre um “svalbardês”.
Svalbardi literalmente significa “a terra com o litoral gelado”. “Svalbarði fundinn” foi mencionado nos tradicionais detalhamentos escritos na Islândia, datado de 1194. Entretanto, nós nunca saberemos com certeza se essa menção se refere ao descobrimento de Svalbard ou outras terras com litoral gelado.
O primeiro descobrimento indiscutível do arquipélago foi em uma expedição liderada pelo explorador holandês Willem Barentsz em 1596, durante a qual ele chamou a maior ilha de Spitsbergen (“montanhas pontudas”, em holandês), após ver as montanhas no lado oeste da ilha. E desde aquela época, Svalbard tem sido o cenário de histórias lendárias sobre caça, aqueles que fazem armadilhas, mineração e incríveis expedições. A história de Svalbard incluiu a caça internacional das baleias (1600-1750), os russos passando os invernos caçando e fazendo armadilhas (1700-1850) e depois os noruegueses passando os invernos caçando e fazendo armadilhas (1850-1973).
Em 1906, o empreendedor americano e pioneiro da mineração John Munroe Longyear instalou a primeira mina, ergueu construções e deu nome à colônia de Longyear City. Longyear havia visitado Svalbard pela primeira vez como passageiro de um cruzeiro em 1901. Em 1916, a Store Norske Spitsbergen Kullkompani assumiu as operações de mineração da Arctic Coal Company, de Longyear, e o vilarejo foi renomeado como Longyearbyen.
(Em azul, o território de Svalbard. Em verde, os países que até hoje assinaram o Tratado de Svalbard.)
O Tratado de Svalbard foi assinado em 9 de fevereiro de 1920 e entrou em vigor em 14 de agosto de 1925. O tratado foi ratificado pela Holanda, pelo Reino Unido, Dinamarca, os Estados Unidos, Itália, França, Suécia, Noruega e Japão. Foi posteriormente ratificado por muitos outros países (até pela Argentina, mas não pelo Brasil), incluindo a União Soviética (Rússia) e Canadá. Hoje integram o tratado 44 ratificações. “O Tratado de Svalbard reconhece a soberania norueguesa sobre Svalbard, incluindo Bjørnøya (Ilha do Urso), e que a lei norueguesa é aplicada sobre o arquipélago. O tratado também provê certos direitos para os outros signatários, incluindo que seus cidadãos possam residir e ingressar em atividades comerciais, caça e pesca no arquipélago. Além do mais, o tratado regula a desmilitarização do arquipélago, tais como: fortalezas, bases navais e o posicionamento de pessoal da área militar não são permitidos.”
O Aeroporto de Svalbard Longyear foi inaugurado em 1975, deixando Svalbard acessível agora durante todo o ano. As companhias aéreas SAS (Scandinavian Airlines) e Norwegian ambas operam voos regulares durante todo o ano para Longyearbyen.
Svalbard não é um lugar no qual as pessoas passam toda a sua vida ou onde as famílias continuam por gerações, apesar de existirem algumas gerações de família lá. As pessoas normalmente têm ido e vindo, contribuindo assim para a história distinta de Svalbard.