A ilha norueguesa de Jan Mayen (a região administrativa de Svalbard, na verdade, se chama Svalbard e Jan Mayen, apesar de a ilha estar absurdamente distante do ponto mais ao sul de Spitsbergen) é um dos locais mais isolados do mundo. Localizada onde as placas tectônicas da América do Norte e da Eurásia se encontram, a ilha é dominada por Beerenberg, o vulcão ativo mais ao norte do planeta.
(Mapa detalhado de Jan Mayen)
Jan Mayen se parece com uma colher estreita e torcida que caiu no pote de cereais do mar. Situada a 71 graus norte e 8 graus oeste, essa impressionante ilha vulcânica no Oceano Glacial Ártico é a ilha mais isolada da Noruega, apesar de estar muito mais próxima da Groenlândia do que da Noruega; aproximadamente 500 km do litoral leste pouquíssimo habitado da Groenlândia e a 550 km ao norte da Islândia. Ela também contém o único vulcão ativo da Noruega.
(Não perca a oportunidade de colocar os pés em um dos locais mais isolados do planeta!)
Possuímos aqui na Viagens ao Extremo dois cruzeiros nos quais você terá a chance única de visitar Jan Mayen (clique no link para ver as opções). A área da ilha se estende a aproximadamente 230 km², similar ao Lago Garda no norte da Itália ou La Gomera, nas Ilhas Canárias. A ilha é repleta de terreno montanhoso, e seu ponto mais alto é o vulcão Beerenberg.
(Foto de satélite de Jan Mayen)
Se você olhar para a ilha em uma imagem de satélite, verá que ela tem o formato de uma colher, graças às placas tectônicas que a esticaram, longa e fina, totalizando 51 km do sudoeste até a outra ponta, no nordeste.
Jan Mayen foi descoberta no século 17, e não muito depois os holandeses estabeleceram estações baleeiras. Em 1634, essas estações já encontravam-se abandonadas. No início do século 20, os noruegueses começaram a caçar a raposa-do-ártico na ilha. Cinco das 13 cabanas originais ainda estão lá. Em 1921, Hagbart Ekerold fundou a primeira estação meteorológica aqui, e no ano seguinte, o meteorologista norueguês anexou uma parte da ilha. Somente em 1930 Jan Mayen tornou-se parte da Noruega. Hoje 18 militares em revezamento habitam a ilha, que também possui uma estação meteorológica. Relativamente recentemente, em 1985 ocorreu uma erupção do seu vulcão, Beerenberg, que é o vulcão acima do nível do mar mais ao norte do mundo.
Hoje, a infraestrutura é pouca na ilha. Não há atrações turísticas propriamente ditas. Intocada e remota, Jan Mayen manteve muito de sua paisagem nativa e, em 2010, foi declarada como reserva natural. Mas esta ilha não é para os fracos. Com um clima difícil e mares agitados, geralmente fazem uma visita a Jan Mayen algo impossível, mas nossos navios são bravos e chegam até seu litoral desolado – sempre que possível. O Instituto Polar Norueguês aponta que há uma constante ameaça de novas erupções e terremotos. Ainda assim, os entusiastas polares têm muito carinho e o que aprender com essa ilha, repleta de aspectos geológicos, e também de paisagens e história.
Esta ilha pode ser dividida em duas partes: Nord-Jan nordeste e Sør-Jan, com istmo natural como uma ponte ligando as duas partes com 2,4 km de largura. Aqui, dois dos maiores lagos da ilha, Sørlaguna (Lagoa do Sul) e Nordlaguna (Lagoa do Norte), podem ser encontrados.
(A geleira Weyprechtbreen)
Entretanto, o ponto alto da ilha, literalmente e figurativamente – é o vulcão coberto por uma geleira Beerenberg, com seus 2.276 metros de altura. O vulcão possui o formato simétrico de um cone, e cinco de suas geleiras chegam até o nível do mar. O impressionante paredão de gelo que desprende enormes icebergs é chamado de Weyprechtbreen, o qual desde diretamente da cratera central no topo do vulcão.
Em termos geológicos, Jan Mayen é similar à Islândia, apesar de ser completamente distinto de outras terras e ilhas no Atlântico Norte, incluindo a Noruega, Svalbard e a Groenlândia. Tanto Jan Mayen quanto a Islândia fazem parte da Dorsal Meso-Atlântica de placas tectônicas e possuem um clima nublado em comum. O clima é caracterizado como ártico-marítimo, trazendo neblina, ventos e chuviscos durante a maior parte do tempo.
Colocando preto no branco, essa ilha não é reconhecida por sua flora ou fauna. Ainda assim, os visitantes nos cruzeiros irão provavelmente encontrar aves marinhas em acasalamento nos penhascos íngremes. A espécie mais abundante é o fulmar-glacial, parecido com uma gaivota, parente dos albatrozes. Essa ave é espetacularmente evoluída para as congelantes condições de Jan Mayen. São 27 as espécies de aves que utilizam a ilha para fins de reprodução.
Se você tiver sorte, você e a tripulação poderão ver focas, que possuem áreas importantes de acasalamento a noroeste de Jan Mayen. Em alguns anos esses animais podem ser vistos próximos do litoral da ilha, devido às condições do gelo. Não há mamíferos terrestres, uma vez que a raposa-do-ártico foi caçada no local até sua extinção no século 20. De vez em quando, ursos polares podem visitar a ilha quando há grandes pedaços de gelo flutuante, mas nos últimos anos eles não têm sido vistos, uma vez que a Calota Polar do leste da Groenlândia não alcança mais Jan Mayen. Durante o clima calmo, várias espécies de baleias podem ser vistas, incluindo a rainha das águas, a baleia-azul.